O presente livro foi fruto do trabalho voluntarioso de muitas pessoas [algumas dos Leigos Boa Nova e da Sociedade Missionária da Boa Nova], coordenadas pela grande e abnegada missionária, Ir. Magdalena Medina, FI.

O lançamento livro intitulado “Testemunhas de uma Memória Viva” em maio passado abriu o centenário da primeira missão da Diocese de Pemba, Santa Maria de Namuno. Embora outros missionários tenham chegado a estas terras antes do século XX, foi em 1922 que se estabeleceu a primeira missão católica do então chamado Distrito de Cabo Delgado, mais tarde Província de Cabo Delgado.

Leia de seguida o texto de apresentação de D. Luiz Fernando Lisboa, atual Arcebispo de Cachoeiro de Itapemirim e antigo Bispo de Pemba.

O presente livro foi fruto do trabalho voluntarioso de muitas pessoas [algumas dos Leigos Boa Nova e da Sociedade Missionária da Boa Nova], coordenadas pela grande e abnegada missionária, Ir. Magdalena Medina, FI, que com perseverança e ousadia trouxeram à tona uma parte importante da nossa história. Foram pesquisas, entrevistas, gravações, viagens, fotocópias, empréstimos de material, correcções, leituras, procura de fotografias que, enfim, trouxeram à luz este livro. Provavelmente, haverá imperfeições, lacunas, excessos, mas é inegável que foi fruto de muita abnegação, comunhão e amor pela Igreja e pela evangelização.

(…) A chegada dos Missionários Monfortinos, em 1922, é carregada de significado porque, para além de testemunharem e de transmitirem a sua fé à população local, transmitiram-lhe conhecimentos em várias áreas, sobretudo na educação formal e na educação para as artes e ofícios. Até hoje os tijolos e telhas construídas por eles com a população local, sustentam e embelezam algumas Missões, sobretudo as de Na-muno, de Meza, de Mariri e de Montepuez. A bela Missão de Nangololo (Muidumbe) e a igreja de Mocímboa da Praia foram parcialmente destruídas, em 2020, nesta guerra infame. Assim, tal como estes dois missionários gastaram os pneus das suas bicicletas e as solas das suas sandálias para chegarem à primeira missão, muitos outros gastaram as suas vidas em favor deste sofrido e valente povo de Cabo Delgado.

Depois dos Monfortinos, vieram os Missionários da Boa Nova, as Missionárias da Consolata, as Filhas de Maria Auxiliadora (Irmãs Salesianas), as Missionárias da Boa Nova. Estes são os mais antigos e pioneiros.

E os missionários e missionárias moçambicanos? Quanta alegria e vibração pelo surgimento das primeiras vocações sacerdotais e para a vida religiosa! Quanto bem têm feito os padres diocesanos e as Irmãs diocesanas ao longo destes anos todos! Cabo Delgado é um celeiro de vocações sacerdotais e religiosas.

Da nova geração de Missionários, próximo ou a partir do ano 2000, surgem primeiro, a missionária leiga Laura Pierino, as Irmãs de Jesus Bom Pastor (Pastorelas) e os Religiosos Passionistas. Depois deles, como se verá, vieram muitas outras famílias missionárias, além de leigas e leigos missionários.

A Missão é de Deus! Todos somos instrumentos de Deus para que Ele realize a Sua Missão. “Não podemos deixar de falar sobre o que vimos e ouvimos” (At 4,20).

A missão continua!

Que este livro, além de resgatar a bonita história da evangelização de Cabo Delgado e o surgimento da Diocese de Pemba, nos ajude a resgatar e a valorizar a vida de tantos cristãos, leigos, padres, irmãs, consagrados, bispos que trabalharam tanto pela consolidação desta Igreja Diocesana.

D. Luiz Fernando Lisboa